Sabe-se que o
quotidiano das sociedades capitalistas é orientado pelas atividades da
indústria e do comércio, que, em síntese, podem ser representadas pela tríade
produção-venda-consumo. É para articular os dois últimos elementos dessa tríade
que a publicidade entra em cena. O discurso publicitário “reafirma, legitima e
torna desejável o papel de consumidor para a população” (CARVALHO, 2000: 17).
Tendo
em vista esses conceitos, esse trabalho propôs uma análise de textos
publicitários que apontam quais são as estratégias discursivas empregadas para
produzir os efeitos de sedução e convencimento pretendidos pela publicidade,
uma vez que “... publicidade é discurso, linguagem, e, portanto, manipula
símbolos para fazer a mediação entre objetos e pessoas...”(CARVALHO, 2000:12).
Esses efeitos podem ter sérias consequências sociais quando se trata de
anúncios de produtos relacionados à sexualidade dos consumidores na faixa
etária de 11 a 17 anos, uma vez que esse tipo de publicidade envolve não só
interesses econômicos, mas, sobretudo, o bem-estar dos indivíduos. Segundo
pesquisa recente realizada pela UNESCO no Brasil, cujos resultados foram
levados a público, em março de 2004, a precocidade da vida sexual da juventude
brasileira (a média de idade entre os meninos é de 13 a 14 anos e entre as
meninas, de 15 a 16) indica que a sexualidade é um assunto que interessa aos
jovens e que, por isso, deve ser tema de políticas educacionais amplas, ou
seja, que não se restrinjam ao âmbito familiar e escolar, mas que abarque
outros setores de atividade social, como as instituições e empresas de saúde
(hospitais, centros de pesquisa e laboratórios farmacêuticos, por exemplo) e as
empresas de publicidade e comunicações.*
O texto completo do artigo pode ser encontrado AQUI, ou na Biblioteca do blog.
*Thereza Maria Zavarese Soares
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