Entrevista com a Profª. Drª. Laura Tey sobre vários aspectos da Sociolinguística.
Entrevista com a Profª. Drª. Laura Tey sobre vários aspectos da Sociolinguística.
O cenário da narrativa é composto pelos utensílios utilizados pela mãe para o crochê, o que indica um ambiente simples, no qual inexiste luxo ou necessidade de preservar alguma lembrança. Além disso, as formas arredondadas dos objetos e dos balões sugerem sensações de segurança, harmonia e proteção. A ausência de explícito diálogo nesse quadrinho, pode servir a múltiplos propósitos, dentre os quais podemos destacar: espaço de reflexão dos participantes e espaço destinado a leitor e a autor para também refletirem acerca do diálogo em cena.
Nos demais quadrinhos, a interação visual-verbal, em que o enquadramento que está em plano aberto, predomina a estrutura bidirecional, por isso os participantes representados nas imagens são chamados de interatores. Mais uma vez, no plano discursivo, vemos que os elementos da fala de Mafalda carregam conteúdo semântico muito expressivo, porquanto se mantém contestador, o que pode ser observado no trecho inicial do primeiro quadro: “Mãe,pra que a gente está no mundo?”.
É mister destacar também, do ponto de vista linguístico, o uso da preposição “para”, que, na fala da criança, surge na forma coloquial “pra”, indicando finalidade, e não causa. O uso da preposição com valor final em detrimento de um termo de valor causal (preposição por e pronome relativo que) não nos leva a refletir sobre nossa missão no mundo como também retrata a sociedade argentina daquela época, porque se expõe a discussão de temas políticos e sociais de interesse local e mundial, tais como educação, trabalho, globalização, desenvolvimento tecnológico e solidariedade, implícitos na pergunta.
A narrativa apresenta foco narrativo em primeira pessoa, cuja protagonista é a menina Mafalda, de apenas seis anos de idade.
Texto completo : http://periodicos.unitau.br/ojs-2.2/index.php/caminhoslinguistica/article/viewFile/1543/1089