Enquadre

No livro Sociolinguística interacional de Branca Telles Ribeiro e Pedro M. Garcez encontramos registradas as contribuições de Gregory Bteson, Jan-Petter Blom, Frederick Erickson, Erving Goffmam, John Gumpers, Susan Philips, Deborah Tannen, Cynthia Wallat e Jeffrey Shultz para a linguística aplicada.

Um dos principais temas que permeia os estudos incluídos na obra é a preocupação destes estudiosos com o significado situado na interação social. Portanto, os autores cujos artigos são traduzidos na obra abraçam uma noção mais maleável e mais abrangente de contexto. Isto é, a noção de que o contexto do discurso e da interação social abrange outros elementos além daqueles mais estáveis (como espaço, tempo e participantes). O significado de contexto que os pesquisadores tratam aqui revela que tanto os participantes quanto o discurso se desdobram a cada momento, e tanto reconfiguram o próprio contexto como são reconfigurados pelo mesmo a cada novo avanço na interação (tais como uma nova contribuição oral ou gestual dos participantes, e/ou re-direcionamento do olhar).

No quarto artigo traduzido, "Uma teoria sobre a brincadeira e fantasia", Gregory Bateson introduz nas Ciências Sociais o que passa a ser um dos mais importantes conceitos na análise do discurso, i.é, o conceito de enquadre. O enquadre contém uma série de informações que possibilitam aos interlocutores compreender como eles devem tomar uma dada mensagem que em princípio possa parecer ambivalente (e.g., brincadeira vs. comentário crítico). De acordo com Bateson, o enquadre oferece aos participantes elementos que, combinados de certas formas, delimitam que tipo de comunicação ocorre ali e, consequentemente, como cada participante deve responder àquela situação específica (i.é, rir em resposta a uma brincadeira, contestar uma crítica, entre outras). 
RIBEIRO, B. T. & P. M. GARCEZ (orgs.) (1998)

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