Adotamos a teoria social de Goffman para explicar os conceitos de enquadre, alinhamento e mudança de alinhamento. Estes conceitos nos permitem identificar as posições ou o “status de participação” (Goffman, [1981] 2002) assumidos pelos participantes diante de uma certa elocução em qualquer situação real de interação social. Os participantes podem atuar como animador, autor, figura e principal ou responsável e, dessa forma, operar significativamente uma mudança dos enquadres.
A noção de enquadre (frame) surgiu com Gregory Bateson, em 1955. Em seu artigo, “Uma teoria sobre brincadeira e fantasia”, Batesson ([1972] 2002) mostra que a função do enquadre é permitir ao ouvinte o entendimento da metamensagem contida em todo enunciado. Portanto, os enquadres organizam o discurso e orientam os participantes em relação à situação, indicando como sinalizamos e interpretamos o que é dito e feito.
Para melhor compreendermos o conceito de enquadre, podemos fazer uma analogia física com a “moldura” de um quadro, por exemplo, que direciona o olhar do observador para aquilo que está dentro da moldura. Em outras palavras, podemos dizer que os enquadres sinalizam o que está em jogo numa dada situação interacional, fazendo com que os participantes tentem constantemente descobrir onde a interação está situada e o que está acontecendo no aqui e agora.
As bases teóricas da análise de enquadres foram estabelecidas por Goffman (1974), ao lançar a obra “Frame Analysis”. Esta obra contém um amplo sistema de termos e conceitos para ilustrar como as pessoas usam múltiplas estruturas para dar sentido a eventos. A forma como os participantes criam e negociam freqüentemente um contexto interacional, através do discurso, é sinalizada pela noção de enquadre.
Texto completo aqui http://www.ufjf.br/revistagatilho/files/2009/12/artigoLillianLuciana.pdf .
Nenhum comentário