As contribuições da Sociolinguística Interacional

O discurso é definido por Schiffrin (1994, p. 351) como “inerentemente uma atividade interativa na qual o que uma pessoa diz e faz é duplamente uma resposta a palavras e ações anteriores e servirá de base para futuras ações e palavras”. Nesta definição, a linguagem é vista como ação conjunta (Clark, 1996), diferindo da concepção presente na metáfora do conduto, defendida por Reddy (1979). O que permite a linguagem
ter uma capacidade de construção de sentido é a interação entre os seres humanos. Isso reforça a idéia defendida pela Sociolingüística Interacional de que a linguagem se aperfeiçoa por meio dos processos interativos.

O sociólogo Erving Goffman focaliza a situação de comunicação adotando uma perspectiva social, bem como o que ocorre entre os interlocutores nas interações face a face. Conforme Ribeiro & Garcez (2002), no texto “A situação negligenciada” (1964), Goffman focaliza a situação social, destacando a possibilidade de monitoramento e a organização social da conversa. Segundo o autor: “a conversa é socialmente organizada, não apenas em termos de quem fala para quem em que língua, mas também como um pequeno sistema de ações face a face que são mutuamente ratificados e ritualmente governadas, em suma, um encontro social” (Goffman, [1964] 2002, p. 19).

As contribuições de Goffman e Gumperz são bastante significativas para a Sociolingüística Interacional. Dentro da tríade a qual nos propomos a investigar, destacamos a importância das pistas de contextualização, presentes nos trabalhos de Gumperz e os estudos de Goffman sobre os enquadres e alinhamentos dos participantes nas interações.


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 Esse trabalho teve por objetivo estudar a HQ humorística partindo da observação da interação de seus personagens e vinculando a produção do humor à inabilidade destes em gerenciá-la. Como essas HQ caracterizam-se por infringirem regras interacionais que são culturalmente construídas, a autora, Camilla dos Santos Ferreira, pode, também, contribuir para os estudos sobre o ensino/aprendizado de LE ao analisar as regras que regem as interações cotidianas em uma cultura estrangeira.


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Neste trabalho a autora, Jonê Carla Baião – UERJ- traz um recorte da sua tese de doutorado, em que analisou diferentes modos de ser menina e ser menino em atividade de jogo da memória, numa turma de classe de alfabetização. Com foco nas atividades de linguagem, na interação entre as crianças, buscou os enquadres e alinhamentos (Tannen e Wallat,1987 e Goffman, 1981) de que as crianças lançaram mão para entender os papéis de gênero que reclamavam para si.


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Sabe-se que o quotidiano das sociedades capitalistas é orientado pelas atividades da indústria e do comércio, que, em síntese, podem ser representadas pela tríade produção-venda-consumo. É para articular os dois últimos elementos dessa tríade que a publicidade entra em cena. O discurso publicitário “reafirma, legitima e torna desejável o papel de consumidor para a população” (CARVALHO, 2000: 17).


Tendo em vista esses conceitos, esse trabalho propôs uma análise de textos publicitários que apontam quais são as estratégias discursivas empregadas para produzir os efeitos de sedução e convencimento pretendidos pela publicidade, uma vez que “... publicidade é discurso, linguagem, e, portanto, manipula símbolos para fazer a mediação entre objetos e pessoas...”(CARVALHO, 2000:12). Esses efeitos podem ter sérias consequências sociais quando se trata de anúncios de produtos relacionados à sexualidade dos consumidores na faixa etária de 11 a 17 anos, uma vez que esse tipo de publicidade envolve não só interesses econômicos, mas, sobretudo, o bem-estar dos indivíduos. Segundo pesquisa recente realizada pela UNESCO no Brasil, cujos resultados foram levados a público, em março de 2004, a precocidade da vida sexual da juventude brasileira (a média de idade entre os meninos é de 13 a 14 anos e entre as meninas, de 15 a 16) indica que a sexualidade é um assunto que interessa aos jovens e que, por isso, deve ser tema de políticas educacionais amplas, ou seja, que não se restrinjam ao âmbito familiar e escolar, mas que abarque outros setores de atividade social, como as instituições e empresas de saúde (hospitais, centros de pesquisa e laboratórios farmacêuticos, por exemplo) e as empresas de publicidade e comunicações.*

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*Thereza Maria Zavarese Soares

Gênero textual: quadrinhos

Os gêneros, considerados “tipos relativamente estáveis de enunciado”, são marcados sócio-historicamente, pois estão diretamente relacionados às diferentes situações sociais. Estas determinam um gênero com características próprias.  Bakhtin (2000) escreve a esse respeito: 

Todos os diversos campos da atividade humana estão ligados ao uso da linguagem. Compreende-se perfeitamente que o caráter e as formas desse uso sejam tão multiformes quanto os campos da atividade humana, o que, é claro, não contradiz a  1128 unidade nacional de uma língua. O emprego da língua efetua-se em forma de enunciados (orais e escritos) concretos e únicos, proferidos pelos integrantes desse ou daquele campo da atividade humana. Esses enunciados refletem as condições específicas e as finalidades de cada referido campo não só por seu conteúdo (temático) e pelo estilo da linguagem, ou seja, pela seleção dos recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais da língua mas, acima de tudo, por sua construção composicional. (p.261). 

 Assim, poderia afirmar-se que os gêneros textuais representam qualquer texto que cumpre uma finalidade social e que aparece em um tipo de situação, apresentando propriedades específicas. Um exemplo de texto bem cotidiano são os quadrinhos. Eles possuem uma modalidade própria de linguagem, combinando dois tipos de códigos gráficos: o visual e o lingüístico. Segundo Lins & Pereira (2006), além dos dois códigos, há a presença dos balões que, juntamente com as onomatopéias, determinam um discurso direto e um efeito de natureza sonora. Toda essa combinação revela os quadrinhos como material privilegiado para análises lingüísticas, tendo como foco de estudo a interação. Para a explicação de fenômenos lingüísticos, os códigos visual e verbal complementam-se mutuamente, suprindo as lacunas existentes. Desse modo, os quadrinhos mantêm um texto coerente, em que imagem e texto mostram, simultaneamente, a cena e a fala das personagens, permitindo uma análise comportamental de personagens em geral.  A partir desse momento de interação que os quadrinhos representam, observa-se que há alterações no contexto, de acordo com as personagens, a situação e, até mesmo, o conhecimento por parte do leitor das tiras.  Koch (2006,) explica que: 

O contexto, da forma como é hoje entendido no interior da Lingüística Textual abrange, portanto, não só o co-texto, como a situação de interação imediata, a situação mediata (entorno sociopolítico-cultural) e também o contexto sociocognitivo dos interlocutores que, na verdade, subsume os demais. Ele engloba todos os tipos de conhecimentos arquivados na memória dos actantes sociais, que necessitam ser mobilizados por ocasião do intercâmbio verbal: o conhecimento lingüístico propriamente dito, o conhecimento enciclopédico, quer declarativo, quer episódico (frames, scripts), o conhecimento da situação comunicativa e de suas ‘regras’ (situacionalidade), o conhecimento superestrutural (tipos textuais), o conhecimento estilístico (registros, variedade de língua e sua adequação às situações comunicativas), o conhecimento sobre os variados gêneros adequados às diversas práticas sociais, bem como o conhecimento de outros textos que permeiam nossa cultura (intertextualidade). (p.24). 

 Dessa forma, algumas noções, como footing e enquadres, podem ser trabalhadas no gênero quadrinhos, a fim de se perceber alterações contextuais nas interações das tiras, devido a questões socioculturais. 


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O presente estudo teve por objetivo investigar como os participantes de uma audiência de conciliação no PROCON sinalizavam seus pontos de vista ao se orientarem para suas identidades situadas (Zimmerman, 1998) de reclamante e reclamado. As autoras, Líllian Márcia Ferreira Divan e Luciana Martins Arruda1, adotaram como referencial teórico algumas das contribuições da Sociolinguística Interacional, principalmente, os conceitos de enquadre e alinhamento de Goffman (1974 e 1981) e o de pistas de contextualização de Gumperz (1982).



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1 Mestrandas em Letras – Linguística, pela Universidade Federal de Juiz de Fora. 



Como boa parte dos estudantes do curso de Tópicos em Sociolinguística atua/atuará no ensino de língua estrangeira, acredito que esta dissertação também poderá ser uma leitura interessante e útil para o reconhecimento e percepção de como se dão os enquadres e alinhamentos em situações que são absolutamente possíveis para a realidade do universo de quem segue o curso de licenciatura.



O texto é uma dissertação de 2007 da então mestranda da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Gabriela da Silva Bulla, intitulado "A realização de atividades pedagógicas colaborativas em sala de aula de português como língua estrangeira", em que faz um estudo que se valia também do uso de computadores em rede para comunicações.


Os aspectos de como se dão os enquadres e alinhamentos são teorizados e demonstrados especialmente nos capítulos 1 e 3, sendo o capítulo 3 ricamente ilustrado com fotos dos participantes nos momentos em que ocorrem as interações, sendo seus posicionamentos indicados por setas e com as transcrições dessas interações.

O enfoque principal da autora é a questão da colaboração e da negociação de papéis em sala de aula. Ela verifica (a) a construção conjunta de enquadres; (b) negociação da responsabilidade compartilhada sobre o cumprimento de atividades; (c) resolução de ocasionais problemas; (e) realização de ações de pedir e oferecer ajuda e trata ainda da importância do papel do professor como planejador das situações de sala de aula e como agente apto a lidar com situações não previstas.


O texto completo da dissertação pode ser encontrado AQUI ou na biblioteca do blog.

Conceito de enquadre.

Adotamos a teoria social de Goffman para explicar os conceitos de enquadre, alinhamento e mudança de alinhamento. Estes conceitos nos permitem identificar as posições ou o “status de participação” (Goffman, [1981] 2002) assumidos pelos participantes diante de uma certa elocução em qualquer situação real de interação social. Os  participantes podem atuar como animador, autor, figura e principal ou responsável e, dessa forma, operar significativamente uma mudança dos enquadres.

A noção de enquadre (frame) surgiu com Gregory Bateson, em 1955. Em seu artigo, “Uma teoria sobre brincadeira e fantasia”, Batesson ([1972] 2002) mostra que a função do enquadre é permitir ao ouvinte o entendimento da metamensagem contida em todo enunciado. Portanto, os enquadres organizam o discurso e orientam os participantes em relação à situação, indicando como sinalizamos e interpretamos o que é dito e feito.

Para melhor compreendermos o conceito de enquadre, podemos fazer uma analogia física com a “moldura” de um quadro, por exemplo, que direciona o olhar do observador para aquilo que está dentro da moldura. Em outras palavras, podemos dizer que os enquadres sinalizam o que está em jogo numa dada situação interacional, fazendo com que os participantes tentem constantemente descobrir onde a interação está situada e o que está acontecendo no aqui e agora.

 As bases teóricas da análise de enquadres foram estabelecidas por Goffman (1974), ao lançar a obra “Frame Analysis”. Esta obra contém um amplo sistema de termos e conceitos para ilustrar como as pessoas usam múltiplas estruturas para dar sentido a eventos. A forma como os participantes criam e negociam freqüentemente um contexto interacional, através do discurso, é sinalizada pela noção de enquadre.

Texto completo aqui   http://www.ufjf.br/revistagatilho/files/2009/12/artigoLillianLuciana.pdf .

Pistas de contextualização

As contribuições de Goffman e Gumperz são bastante significativas para a Sociolingüística Interacional. Destacamos a importância das pistas de contextualização, presentes nos trabalhos de Gumperz e os estudos de Goffman sobre os enquadres e alinhamentos dos participantes nas interações. 

O antropólogo John Gumperz executou trabalhos seminais fornecendo as bases para  construção de uma teoria da interpretação. Na sua concepção, o contexto é pensado como um processo inferencial e as pistas que o evocam são consideradas como quaisquer marcas verbais e não-verbais que fornecem ao falante/ouvinte um imput significativo para tais processos inferenciais. Segundo Gumperz ([1982] 1998), as pistas de contextualização constituem-se como pistas de natureza sociolingüística que utilizamos para sinalizar as nossas intenções comunicativas ou para inferir as intenções conversacionais do interlocutor (Ribeiro & Garcez, 2002 apud Brigatte, 2003). As pistas que contribuem para a sinalização de pressupostos contextuais são:

a) pistas lingüísticas: a alternância de código, de dialeto ou de estilo, expressões formulaicas, aberturas e fechamentos conversacionais, escolhas lexicais e prosódicas;

b) pistas paralingüísticas: ritmo, pausa, hesitação, sincronia conversacional;

c) pistas prosódicas: entonação, acento, tom;

d) pistas não-vocais: direcionamento do olhar, distância proxêmica, gesticulação, movimento corporal.

Texto completo    http://www.ufjf.br/revistagatilho/files/2009/12/artigoLillianLuciana.pdf

Neste artigo autora, Isabella Trindade Menezes1, analisa os discursos dos torcedores a partir das estratégias discursivas utilizadas na construção das identidades que ali emergem, e os alinhamentos construídos, produtores da diferenciação dos grupos estudados. Aqui, as categorias alinhamento e enquadre, propostos por Goffman, auxiliam a investigação dos múltiplos contextos de interlocução que são negociados continuamente do discurso.

 A partir da questão genérica “o que é ser torcedor”, a autora busca, nas entrevistas, os traços constituintes das formas de torcer e de vivenciar as emoções como torcedor organizado da Torcida Fúria Jovem do Botafogo ou como integrante do “movimento” Loucos pelo Botafogo. 


O texto completo do artigo pode ser encontrado AQUI, ou na Biblioteca do blog.




1.Mestre em Memória Social pela Unirio

 Nesse artigo, Krícia Helena Barreto1 objetiva analisar a co-construção/negociação de enquadres, sob o enfoque da Sociolinguística interacional, ao longo de uma entrevista humorística. Na entrevista, constataram-se várias mudanças de enquadre tendo como efeito a produção de humor. A regularidade e coerência entre essa meta comunicativa e a construção de enquadres no curso da interação foram o foco desta análise.

O texto completo do artigo pode ser encontrado AQUI, ou na Biblioteca do blog.


1. Mestranda em Linguística pela Universidade Federal de Juiz de Fora

Abaixo uma análise de enquadre nos Quadrinhos de Jandira, personagem de Zappa, de autoria de Joseane Serra Lazarini Pereira, da Universidade Federal do Espírito Santo.




As tiras de quadrinhos, por representarem pequenas narrativas e por se estruturarem a partir de dois códigos, o verbal e o não-verbal, propiciam análises em diferentes perspectivas, aproveitando a combinação entre falas, expressões e gestos das personagens, e privilegiando a situação contextual das tiras pelo seu aspecto interacional.


 Partindo da hipótese de que os quadrinhos são um gênero importante e favorável para análises lingüísticas, o objetivo deste trabalho é analisar o comportamento lingüístico de uma personagem de tiras de quadrinhos de autoria de Zappa, cartunista capixaba, publicadas no livro O bom humor de Gervásio... e o mau humor de Jandira. Partindo de uma perspectiva de análise interacional, com bases teóricas buscadas, principalmente, nas noções de estruturas de expectativas, esquemas de conhecimento e enquadres interativos de Tannen (1979) e de Tannen & Wallat (1986), além das noções de footing (Goffman, 1981) e as definições de pistas de contextualização (Gumperz, 1982), baseando-se, ainda na análise do gênero Quadrinhos, elaborada por Lins (2006), analisa-se o comportamento da personagem Jandira, com vistas a verificar mecanismos de produção de humor e de crítica social, depreendidos tanto do código verbal quanto do código não verbal. Esta pesquisa propõe-se a apresentar um modo diferenciado de analisar esse tipo de gênero textual, indo além de uma interpretação semântica.


 O texto completo do artigo pode ser encontrado AQUI, ou na Biblioteca do blog.


Exemplo de interações em uma sala de aula [1]

Dadas algumas explicações nas postagens anteriores do que seriam enquadre e alinhamento, podemos observar algumas aplicações destes conceitos.

Luane da Costa Pinto Lins Fragoso (CEFET-RJ/PUC-RJ) apresenta um artigo em que apresenta as interações em uma sala de aula. No artigo intitulado "Interação Em Contexto Institucional Escolar: A Relação Professora/Alunos Em Uma Aula Debate", que mostra um caso de uma turma de segundo ano do Ensino Médio-Técnico de Enfermagem em uma aula de Inglês de uma  instituição pública federal de ensino, pode-se perceber que há variações no enquadre, que ela apresenta como duas estruturas:  um enquadre  maior, que seria a aula,  e  um  enquadre  menor, que seria o debate. Ela também demonstra a mudança de alinhamentos entre os agentes interacionais a partir dos seus papéis exercidos quando o enquadre é a aula e quando é o debate em si.

Eis alguns trechos do artigo:

"A pergunta pode ser considerada a motivação inicial para se colocar em prática o processo  de  ensino-aprendizagem,  uma  vez  que  naquela  situação  de  fala,  o  objetivo central da aula é proporcionar o debate/reflexão sobre o texto abordado anteriormente. 
Neste início de interação, a professora ocupa o lugar de falante primário e ao passar a palavra para Vítor, o faz ocupar esta  posição. Vítor passa então, a ser um participante ratificado, adquirindo o direito de ocupá-la. Além da fala da professora ser totalmente endereçada a Vítor, por meio da gravação, é possível perceber que a sua atenção visual também  se  volta  para  ele.  É  importante  destacar  o  fato  de  que  as marcas  linguísticas não  são  o  único  recurso  utilizado  a  fim  de  ratificar  um  falante.  Gestos,  a  postura do indivíduo, o direcionamento do olhar e marcas paralinguísticas também são utilizados para este fim."

(...)

"Ao ratificar o aluno Vítor para ser o falante primário, a professora estabelece um envolvimento conversacional  maior  com  ele  do  que  com  as  demais  alunas  naquele momento.  Envolvimento  este, ilustrado  por  expressões  utilizadas  por  ela  em  seu discurso  (ahã/uhum).  Através  destas  marcas linguísticas  percebe-se  o  alinhamento  da professora com este aluno. Ela presta atenção ao que ele está dizendo como resposta a sua pergunta anterior e sinaliza tal comportamento através da sua fala, principalmente."

O texto completo do artigo pode ser encontrado clicando AQUI ou na biblioteca de referência do blog.

Alinhamento.

Alinhamento é um termo que pode referir-se tanto à posição física propriamente dita dos participantes uns com os outros (aproximando-se da noção de alterações proxêmicas), como ao alinhamento contextual entre os interlocutores, como eles se apresentam socialmente uns aos outros, suas condições, qualificações, como corroboram ou resistem às apresentações dos participantes (ratificados ou não ratificados) ou circunstantes. 
RIBEIRO, B. T. & P. M. GARCEZ (orgs.) (1998)

No livro Sociolinguística interacional de Branca Telles Ribeiro e Pedro M. Garcez encontramos registradas as contribuições de Gregory Bteson, Jan-Petter Blom, Frederick Erickson, Erving Goffmam, John Gumpers, Susan Philips, Deborah Tannen, Cynthia Wallat e Jeffrey Shultz para a linguística aplicada.

Um dos principais temas que permeia os estudos incluídos na obra é a preocupação destes estudiosos com o significado situado na interação social. Portanto, os autores cujos artigos são traduzidos na obra abraçam uma noção mais maleável e mais abrangente de contexto. Isto é, a noção de que o contexto do discurso e da interação social abrange outros elementos além daqueles mais estáveis (como espaço, tempo e participantes). O significado de contexto que os pesquisadores tratam aqui revela que tanto os participantes quanto o discurso se desdobram a cada momento, e tanto reconfiguram o próprio contexto como são reconfigurados pelo mesmo a cada novo avanço na interação (tais como uma nova contribuição oral ou gestual dos participantes, e/ou re-direcionamento do olhar).

No quarto artigo traduzido, "Uma teoria sobre a brincadeira e fantasia", Gregory Bateson introduz nas Ciências Sociais o que passa a ser um dos mais importantes conceitos na análise do discurso, i.é, o conceito de enquadre. O enquadre contém uma série de informações que possibilitam aos interlocutores compreender como eles devem tomar uma dada mensagem que em princípio possa parecer ambivalente (e.g., brincadeira vs. comentário crítico). De acordo com Bateson, o enquadre oferece aos participantes elementos que, combinados de certas formas, delimitam que tipo de comunicação ocorre ali e, consequentemente, como cada participante deve responder àquela situação específica (i.é, rir em resposta a uma brincadeira, contestar uma crítica, entre outras). 
RIBEIRO, B. T. & P. M. GARCEZ (orgs.) (1998)

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